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(Português do Brasil) Estudar em casa: Quais são os desafios para estudantes de escolas públicas das favelas e periferias?

Geral, , Posted on Tuesday July 7th, 2020

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese.

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Opinião: Em tempos de pandemia, ainda pensar em direitos


Uma reflexão sobre o momento desafiador que estamos enfrentando como sociedade.

Na Itália, a crise sanitária causada pela pandemia do vírus COVID-19 começa a escancarar uma série de problemas estruturais que, por muitos anos, os governantes resolveram ignorar, consequência de programas neoliberais, sobretudo no campos dos direitos humanos e sociais.

Como não notar o sucateamento do sistema sanitário, estressado esses dias com um alto número de pacientes em UTI? O que dizer da falta de políticas públicas para garantir a plena cidadania a dezenas de milhares de sem-teto e indigentes? O que pensar diante da situação de emergência social decorrente da superpopulação carcerária? Ops! Estamos falando da Itália ou do Brasil? Até aqui, tudo cabe para ambos.

No entanto, no caso do Brasil, enquanto estamos falando de lavar as mãos como se deveria ou mesmo o tal do “home office” e “distanciamento social”, nos deparamos com números mais assustadores no quesito desigualdade social. Por aqui quase 35 milhões de pessoas vivem sem acesso a água tratada, enquanto 100 milhões não possuem esgoto, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento em 2018.

O que esperamos em tempos de potencial emergência sanitária no Brasil é que haja, pelo menos, mais responsabilidade por parte dos agentes públicos. É lamentável figuras públicas dizerem que a pandemia oficialmente declarada pela Organização Mundial de Saúde é pura ficção ou conspiração.

Não há como ignorar que é a mesma tendência de negar a crise climática causada pelas emissões de carbono decorrentes da atividade humana, desacreditando a Ciência e criminalizando organizações, os movimentos sociais e os povos indígenas em face de grupos violentos do agronegócio.

A pandemia de COVID-19 é uma ameaça reconhecida para o Brasil e para o mundo. Não somos a favor do pânico, mas não podemos deixar que pessoas e agentes públicos favoráveis à imprudência não apenas fujam a suas responsabilidades, como também nos levem a diminuir cautelas e cuidados que podem ser decisivos para a sobrevivência de pessoas com saúde mais frágil em um curtíssimo prazo.

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Documentário reflete sobre o Ensino Médio a partir da escuta de jovens estudantes

“Eles nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca me sonharam sendo um professor, nunca me sonharam sendo um médico, não me sonharam. Eles não sonhavam e nunca me ensinaram a sonhar. Tô aprendendo a sonhar sozinho.” – Felipe Lima, Estudante. Nova Olinda (CE)

O depoimento de Felipe é parte do documentário “Nunca me sonharam”, uma iniciativa do Instituto Unibanco, dirigido por Cacau Rhoden e produzido pela Maria Farinha Filmes. O filme retrata, de forma delicada, a complexidade da condição juvenil em um Brasil pouco sonhado.

Do sertão do Piauí às comunidades ribeirinhas do estado do Pará, o filme propõe uma reflexão sobre o Ensino Médio público no país, a partir das falas e subjetividades de quem o vivencia: jovens estudantes do Ensino Médio.

A disputa de sentidos sobre as juventudes e sobre a educação pública é uma forte marca, evidente na escolha do título: “Nunca Me Sonharam”. Afinal, o filme é sobre o jovem que sonha ou o jovem que é sonhado?

A obra de Cacau Rhoden, por meio de cenas belíssimas, da escuta ativa e de enorme sensibilidade, permite ao jovem sonhar “sozinho”, mas permite também ao telespectador sonhar o outro. Sonhar um Brasil que entenda as juventudes a partir de suas múltiplas dimensões, e também sonhar o Felipe, a Jamile, o Gabriel e a Talita.

“A força do ‘nunca me sonharam’ no título é uma força de política pública”, explica Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco. “Não há como se fazer política pública de transformação, sobretudo em uma sociedade tão desigual como a nossa, se a gente não sonhar as pessoas”.

Além de adolescentes e jovens, educadores e educadoras são figurados no documentário. A partir de relatos da profissão, revelam a pluralidade da condição juvenil e os desafios de trabalhar e transformar a educação pública nos diversos brasis cenografados por Rhoden. Nesse sentido, o filme torna-se também um poderoso instrumento de debate sobre liderança e gestão pública na educação.

“[O documentário] é uma matéria prima muito potente para discutir a reforma [do ensino médio] e qual é o modelo de educação pública construído ao longo da nossa história, o que nós temos em consequência disso, e pra onde nós podemos ir”, explica Henriques.

A provocação à percepção homogênea sobre as juventudes brasileiras se dá também por meio da escuta de educadores e especialistas em educação e juventude. Pessoas que pensam as juventudes contemporâneas, como a antropóloga regina Regina Novaes e a pedagoga Macaé Evaristo, estão entre os personagens entrevistados.

“Não é só uma fase, é a minha opinião”

Uma das percepções homogêneas sobre a juventude é a tendência de encarará-la em sua negatividade, o que ainda não chegou a ser, negando o presente vivido, como aborda Tânia Salem em seu artigo Filhos do Milagre. E essa concepção está presente também na escola: ela prepara o aluno para o futuro, para o que ele será, negando o presente vivido como espaço de formação.

Nesse sentido, a proposta de escuta da obra desloca o olhar sobre a educação para os alunos e educadores. “Eu acho que o filme é uma ferramenta, e cada vez mais a gente vê que o audiovisual é uma ferramente realmente poderosíssima na educação, da maneira mais global possível”, explica Rhoden.

Onde assistir

O filme estreia nos cinemas no dia 8 de junho, em São Paulo e no Rio de Janeiro. O documentário também estará disponível gratuitamente para educadores na plataforma Videocamp.

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O que marca as experiências das juventudes brasileiras?

 

“O jovem não sabe o que quer” ou “Os jovens são o futuro do país”. As concepções tradicionais sobre as juventudes giram em torno dessas duas frases, ora limitando sua possibilidade de atuação, na primeira afirmação, ora delegando muita responsabilidade, na última.

As juventudes, em suas inúmeras facetas, são marcadas por contradições, dentre elas a construção da emancipação emocional, social e financeira e a dependência da família.

A verdade é que adolescentes e jovens não estão isolados do contexto onde vivem, não estão “passando por uma fase” e nem vivendo um constante conflito geracional. Estamos falando de sujeitos de direitos que vivem uma condição peculiar de desenvolvimento, e por isso, possuem demandas específicas. Sim, possuem condições de participarem da vida pública, dando suas opiniões e ajudando a construir as soluções para melhorar o país.

Bom, é quando a compreensão de adolescentes e jovens ultrapassa a questão geracional e etária, que a juventude surge como um tema para a sociologia. O campo da Sociologia das Juventudes passa então a avaliar as experiências sociais, culturais e políticas das juventudes, a partir de suas experiências como sujeitos, não apenas de sua faixa etária.

No Brasil, uma das principais pesquisadoras sobre o tema é a socióloga Regina Novaes. Em seu artigo Juventude e sociedade: jogos de espelhos, publicado na Revista Sociologia Especial em 2007, a autora busca evidenciar o contexto em que vive a juventude contemporânea a partir de seus principais medos: o medo de sobrar, o medo de morrer e o medo de se desconectar.

Mas, afinal, que medos são esses e porque eles marcam as experiências das juventudes na sociedade brasileira?

Medo de se desconectar

O jovem no século XXI vive num mundo em que, ao mesmo tempo que a tecnologia avança desenfreadamente, a desigualdade e exclusão social persistem e se agravam.

“Nunca houve tanta integração globalizada e ao mesmo tempo, nunca foram tão agudos os processos de exclusão e profundos os sentimentos de desconexão”, afirma Regina em seu artigo.

Estar online ou ligado nas televisões, computadores, celulares e redes sociais não garante inclusão. No entanto, não ter acesso a esses recursos também é sinal de não pertencimento.

Assim, os jovens têm medo de se desconectar, tanto da tecnologia, quanto da realidade fora da rede.

Medo de sobrar

A concepção moderna de juventude tem a escolaridade como etapa fundamental da passagem para a maturidade, mas sabemos que ela não se dá de forma homogênea. Na prática, a grande maioria dos jovens começa a trabalhar antes da fase adulta, alguns em busca da emancipação financeira e muitos em busca da sobrevivência pessoal e familiar.

No entanto, os avanços tecnológicos, a globalização e a dinamicidade do mercado de trabalho fazem com que jovens sintam-se inseguros em relação ao trabalho. Rápidas transformações econômicas, precarização das relações trabalhistas e a não garantia de inserção no mercado, tornam angustiantes as expectativas para o futuro. Daí o medo de sobrar.

Para Regina, a chave está na elaboração de políticas públicas que considerem as diversidades e especificidades das juventudes brasileiras e da condição juvenil.

“Fala-se do trabalho como espaço de realização humana. Contudo, ao mesmo tempo, também não pode ignorar os medos e as angústias dos jovens, cuja inserção econômica é condição para a emancipação”, explica.

Medo de morrer

Por último, as perspectivas dos jovens, em especial os brasileiros, no século XXI é muito diferente das perspectivas dos jovens de outras gerações. Se antes a juventude era associada ao gosto pela aventura, por correr riscos, justamente porque ser jovem era sinônimo de “estar longe da morte”, hoje a morte é um dos principais medos que marcam a experiência de jovens no país.

No Brasil, a cada 1000 jovens, 3 são assassinados antes de completar 19 anos. Segundo o Mapa da Violência de 2011, a taxa de mortalidade juvenil passou de 128 a cada 100 mil habitantes, em 1998, para 133, em 2008. Ao mesmo tempo, a taxa de homicídios para a população geral caiu de 633 em 100 mil habitantes, em 1980, para 568, em 2004.

“Assim, o medo de morrer prematuramente e de forma violenta também povoa transversalmente o imaginário desta geração”, conclui Regina.

O Jovem sujeito de direitos

Para a superação desses medos é preciso criar políticas públicas para as juventudes que considerem tanto seus diferentes contextos socioeconômicos e culturais, quanto suas questões subjetivas.

Dessa forma, desconstrói-se a ideia de que o jovem está desconectado da realidade, ou é o único responsável por seu futuro, ao mesmo tempo em que se retira a responsabilidade atribuída a toda uma geração, de resolver os problemas do país.

Para discutir esse tema com adolescentes e jovens, a Viração desenvolveu uma atividade abordando os três medos da juventude brasileira, sistematizadas por Regina Novaes. A atividade é um ótimo gancho para promover o debate sobre juventude enquanto categoria social, e sobre o entendimento de jovens como sujeitos de direitos.

Confira a proposta de atividade aqui.

A Viração

Através de encontros de formação, da mobilização social e da produção de produtos educomunicativos, a Viração Educomunicação estabelece e cultiva espaços de participação para que os jovens expressem seus desejos e angústias, e possam participar ativamente da sociedade e das decisões que os cercam.

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